O CEARÁ FOI O PRIMEIRO ESTADO QUE LIBERTOU OS ESCRAVOS
CHAMAMOS O CEARÁ DE TERRA DA LUZ
EM FAVOR DA ABOLIÇÃO
DIA 25 DE MARÇO - COMEMORAÇÃO
DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
AO FUNDO A UNIVERSIDADE UNILAB ( UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO-BRASILEIRA.
A ESCOLHA DA CIDADE DE REDENÇÃO PARA HOSPEDAR UMA DAS UNILAB BRASILEIRAS, FOI O FATO DE TER SIDO A PRIMEIRA CIDADE ABOLIR A ESCRAVIDÃO.
UNILAB
Uma universidade do governo federal para receber 50% de estudantes de países de língua portuguesa, principalmente da África, berço dos escravos do Brasil e 50% brasileiros.
MARCO DA ABOLIÇÃO NA CIDADE DE REDENÇÃO
DIA 25 DE MARÇO DE 1884, QUATRO ANOS ANTES DA ASSINATURA DA LEI ÁUREA.
VILA DO ACARAPE ANTES, AGORA A CIDADE CHAMA-SE REDENÇÃO, POIS FOI NESTA CIDADE QUE ACONTECEU A PRIMEIRA EMANCIPAÇÃO DOS SEUS ESCRAVOS.
REDENÇÃO É CONHECIDA COMO ROSAL DA LIBERDADE.
CIDADE DE REDENÇÃO
Em 25 de março de 1884, exatos 127 anos atrás, o Ceará foi a primeira província brasileira a extinguir o sistema escravista em seu território, fato que lhe rendeu o título de "Terra da Luz", dado por José do Patrocínio, um dos maiores jornalistas do abolicionismo brasileiro. Até mesmo Victor Hugo, celebrado poeta francês, enviou da França as suas saudações aos cearenses.
A abolição da escravatura no Ceará ocorreu 4 anos antes da assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel, que em 13 de maio de 1888 determinou a emancipação dos escravos em todo Brasil.
É importante lembrar, que em termos de marcos históricos, foi a cidade de Acarape (atual Redenção) o primeiro núcleo urbano do Brasil a abolir a escravidão, em 1º de janeiro de 1883. Fortaleza faria o mesmo em 24 de maio do mesmo ano.
Hoje, 25 de março, comemoramos os 127 anos da abolição da escravatura, no Ceará.
Em 25 de março de 1884, o Ceará foi o primeiro a libertar seus escravos, quatro anos antes da promulgação da Lei Áurea pela Princesa Isabel.
Por essa grande conquista, o abolicionista José do Patrocínio deu ao Ceará o título de “Terra da Luz”!
Um dos grandes líderes do abolicionismo, no Ceará, foi o “Dragão do Mar”, nome pelo qual ficou conhecido o jangadeiro Francisco José do Nascimento, que em vida era também conhecido como Chico da Matilde (sua mãe).
Ele liderou um movimento vitorioso de jangadeiros que se recusavam a fazer transportes de escravos e que culminou na abolição local da escravidão
Faço uma análise: será que esses primeiros escravos que foram abolidos na cidade de Redenção, ficaram livres de verdade? Livres do preconceito? Livres para ganhar um bom salário? Livres para morar com dignidade?
Eles fizeram parte da abolição, não tinham mais donos, não eram obrigados a serem escravos dos donos de engenho. Mas eu pergunto, aonde esses homens e mulheres, foram morar e sustentar num país que era preconceituoso? A liberdade foi de direito, mas será que aconteceu de fato?
Pessoas escravizadas por anos, trabalhando em engenhos, no meio de cana de açúcar todos os dias. O que eles mais sabiam fazer, além de obedecer ordens e cortar cana? Algumas que tiveram mais sorte, foram trabalhar como empregadas nas casas das fazendas, sorte, se os patrões fossem mais humanos.
Será que saíram de Redenção? Ou ficaram nos engenhos, no mesmo local, mas agora com o nome de trabalho e recebendo um salário, creio eu, muito baixo. As mulheres tornaram-se empregadas domésticas, também ganhando pouco.
Pode ser que algum senhor de engenho, um fazendeiro mais intelectualizado, bondoso, de bom caráter, pode ter ajudado seus escravos a aprenderem um ofício, um salário melhor para poder comprar uma casa, oferecido uma nova vida de fato.
Mas há 13 anos que morei no Maciço de Baturité, na serra e sertão, cerca de 30 minutos de carro da cidade de Redenção.....vi muitas pessoas trabalhando como "escravos". Trabalhadores rurais e empregadas domésticas trabalhando dia após dia, sem descanso, sem férias, com um salário muito baixo, morando em casas inabitáveis. Mulheres que no século XXI servem suas patroas das 6:00hs da manhã até umas 22:00hs ou mais. Comendo alimentos diferentes dos patrões.
Conheci mulheres que começaram sua vida trabalhando como babá, lavadeira ou fazendo faxina aos 13 anos e recebia comida e água diariamente como salário e roupas no final do mês, usadas é claro. Saiam do sertão com promessa de melhoria da vida e suas mães deixavam ir para não passarem fome. Hoje são mulheres cansadas, com problemas na coluna, respiratórios, com a alma doente....não tiveram infância e nem adolescência. Anos trabalhando em casas de família. Outras, anos trabalhando na roça. Mulheres tristes, mal amadas, sem esperança, mãos calejadas.....não é também uma escravidão?
Quantas vezes fiquei chocada com relatos de mulheres que vinham ao CADI ou no CRAS, aonde trabalhei. Ou de mulheres que ouviam meu programa no rádio, Mulher Total, depois me procuravam para contar sua história de vida.
Devemos então neste dia da Consciência Negra, lembrar de tratar nossos empregados, brancos ou negros, com mais dignidade. Quando ouvir uma história de vida assim, ouvir, ajudar, denunciar. Ser uma agente de transformação na nossa sociedade e levar a liberdade de fato para todas as mulheres que encontrarmos. Liberdade integral, de corpo, alma e espírito.
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