quinta-feira, 18 de dezembro de 2008


HIPERSENSÍVEIS

Como não se conhecem as causas da fibromialgia, os especialistas preferem chamá-la de síndrome. Além da dor generalizada, os principais sintomas são fadiga crônica, perturbações do sono, enxaqueca e aumento da sensibilidade tátil, visual, auditiva e olfativa. Alterações de humor, diticuldade de concentração e cólicas menstruais intensas também são comuns.

Apesar de tudo isso, não existe um só exame laboratorial ou de imagem capaz de ajudar o médico no diagnóstico, que depende totalmente do seu faro clínico - razão pela qual não são raros os que não dão a devida importância às queixas das pacientes.

Sandra é um exemplo disso. Ela viveu na pele as consequências da desinformação médica. "A pior coisa é você estar com o corpo doendo e o médico dizer que é efeito do estresse, que eu só precisava de férias", diz.

Negligenciada por décadas, a fibromialgia começou a ser estudada sistematicamente no fim dos anos 80 e não tardou muito para que os cientistas percebessem alterações nos mecanismos da dor. Estudos mostram que não há nada errado com o corpo dessas mulheres; o problema está no sistema nervoso central. Umas das primeiras evidências vieram da Universidade de Heidelberg, quando o neurobiólogo Siegfried Mense conseguiu induzir em ratos um conjunto de sintomas muito semelhantes do quadro fibromiálgico. Para isso ele inibiu, por meio de resfriamento, a transmissão dos sinais de dor conduzidos pela medula espinhal. Esperavá-se que a sensibilidade fosse completamente inibida, mas não foi isso que aconteceu; os roedores ainda sentiam alguma coisa e continuavam se esquivando dos estímulos dolorosos.

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