sexta-feira, 7 de novembro de 2008

MINHA PSICÓLOGA


UM TEMPO GOSTOSO E IMPORTANTE DE TERAPIA COM ESTHER CARRENHO:


Esther Carrenho foi minha psicóloga por mais de um ano em que estive em São Paulo. Meu sonho era fazer terapia com ela, e por um milagre, consegui e nestes meses foram momentos de uma viagem, nunca feita antes, por mim mesma, dentro de todo meu ser. Uma aventura inesquecível, que lembrarei pelo resto da minha vida.
Esther foi o meu estímulo a entrar dentro do armário da minha vida, abrindo todas gavetas, revendo as prateleiras, removendo o pó que anos não limpava e até entrando em cada cantinho do meu armário. Foi sofrível? Para mim não foi difícil, pois a Esther é uma terapeuta do amor e da graça, pois seu trabalho é muito especial e por isto toda terapia foi uma gostosa viagem tanto no passado, presente e até planos para o futuro.

Procurei a Esther por causa do meu diagnóstico de Fibromialgia e Síndrome da Fadiga Crônica, mas esta etapa foi fichinha em relação ao que mexemos em minha vida. Falo fichinha, pois depois de 30 anos de conversão e freqüentando Igrejas evangélicas, foram nas conversas com a Esther que conheci realmente um Jesus Cristo mais Bíblico, o real dos evagelhos. Digo assim, pois interpretava a Bíblia segundo muitas tradições e experiências de outras pessoas e a Esther mostrou-me como ler a Bíblia do jeito que ela foi escrita, ela mesmo, crua e real. aprender com o Espírito Santo as palavras ali descritas. Ver Jesus como ele era e não como as pessoas me descreviam. Comecei a viver a Graça de verdade. No andar da terapia, descobri o quanto eu ainda era religiosa e vivia debaixo de líderes autoritários. E como fui abusada espiritual mente na minha alma! Vivia uma obediência cega e que este tipo de obediênica cega não agradava o coração Deus. Aprendi a ser uma cristã autêntica, verdadeira e real. Algo extraordinário aconteceu na minha vida espiritual. Mas você pode pensar, a Carol foi fazer terapia para cuidar da alma e restaura sua vida espiritual? Eu respondo que sim! Sabe por que? Neste tempo de reentrada (volta do campo missionário) após 6 anos fora de São Paulo, em missões no Nordeste....a Esther foi a única pessoa que soube pastorear a minha vida e a do meu marido. Foi a única que perguntou tudo....ouviu....entendeu...e nos amou do jeito que somos. Carregou-nos no seu colo e nos abraçou com os braços de Jesus.Olhava olhos nos olhos. Nunca vi meu marido chorar tanto num colo de uma mulher simples, humilde e cheia do Espírito Santo. Ela teve uma unção especial de consolo, de animar, compaixão, misericórdia e até de profetizar em nossas vidas. Essa mulher, é uma mulher incrível, que tem um marido maravilhoso, que juntos formam um casal que ministram nas dores das pessoas que foram machucadas por pessoas. No meu caso, por líderes religiosos, que mais nos viam como máquinas de trabalho e não como pessoas simples, que também podem adoecer, cansar e errar.

O mais engraçado foi: Um dia meu marido disse numa consulta: "Esther, eu precisei pagar consultas para minha esposa e algumas para mim, para poder receber pastoreio da minha alma".

Eu, Carol, agora pergunto a você: aonde estão os pastores que pastoreiam vida e não estruturas? Pastores que entram no âmago das vidas e não ficam gastando tempo com as múltiplas reuniões? Aonde encontramos pastores que entendem do ser humano de carne e osso e não ficam gastando horas a fio imitando outros pastores de grandes denominações, que estão mais preocupados com números de convertidos do que com uma ovelha....Aonde vamos parar como Igreja?

Mas voltando ao meu assunto inicial: Ontem terminei minha terapia e saí do consultório muito animada, cheia de gratidão por ter estado com a Esther todo este tempo.

Estou mais madura, menos ansiosa, conhecendo meus limites físicos e emocionais, com meu casamento mais equilibrado, sendo uma mãe normal que não tem muitas expectativas com a filha, mas que vive momento a momento a tarefa de mãe, uma missionária que conhece melhor seus talentos e equipada para usá-los de maneira mais eficaz, uma cristã que sabe bem o Pai que tem e recebe dia a dia o seu amor gracioso, uma visionária que continua tendo sonhos, mas com o mapa certo de se chegar a realização dos sonhos, uma mulher cristã e não mais uma fazedora de muitas atividades e reuniões.......enfim, estou uma Carol melhor, mais ainda em reforma.....

Agradeço a Esther por ter sido tão eficaz em minha vida, agradeço por ter atendido o Tommy em algumas consultas e também a minha filha Aninha. Agradeço a ela e ao Eliel, pelo maravilhoso encontro de casais que tivemos em sua casa, em Campos de Jordão, que nos ajudou muito em nosso casamento.

Terminei este ciclo de terapia, mas vou continuar cuidando da minha vida que é muito preciosa. Esther deu-me uma relação de livros que vão estar me equipando para continuar minha viagem para dentro do meu ser. Deixou aberto para futuros encontros quando estiver em SPaulo, agendando terapias avulsas e o mais lindo deixou uma abertura para a continuidade da nossa amizade, que será eterna......

Se você quer conhecer a Esther Carrenho, você pode acessar seu blog, ler seus artigos na revista Cristianismo Hoje e ler seus livros.
Algumas dicas, endereços, artigos e entrevistas dela abixo listado:

Blog:http://eglc.blog.uol.com.br/ - Charis 47

Livros:
  1. Raiva: seu bem e seu mal
  2. Ressurreição Interior: Celebrando a vida com alegria.
  3. Depressão: Tem luz no fim do túnel
Revista: Cristianismo hoje: www. cristianismohoje.com.br

Uma entrevista com Esther:
Realidade Eclesiástica

A psicoterapia tira alguém da Igreja?
Por Esther Carrenho


29-07-2005 | Como psicóloga, uma das perguntas que mais tenho de responder é: "Por que muitas pessoas quando começam a fazer terapia deixam de ir à igreja?" Para responder a esta questão, o melhor é descrever, pelo menos um pouco, o que é psicoterapia.

A psicoterapia tem como uma de suas propostas ajudar a pessoa a assumir sua própria vida, fazer suas escolhas e se responsabilizar por aquilo que escolheu e suas conseqüências. O bom profissional trabalha juntamente com a pessoa que busca ajuda para que ela encontre cada vez mais recursos para viver de forma coerente consigo mesma.

Em geral, quando uma pessoa vem para a psicoterapia, ela está lidando com conflitos que lhe trazem angústia. E o que ela mais quer é achar o caminho da dissolução do conflito para minorar seu desconforto. Entre estes conflitos, pode estar justamente a questão da participação ou não da comunidade religiosa, e muitas vezes o conflito já surgiu em decorrência de uma vida dupla, onde a participação em um grupo religioso é imposto por alguém de alguma forma. Quando a pessoa fala sobre sua vida dupla na psicoterapia, alegando que quer fazer uma escolha, mas não consegue, a terapia vai ajudá-la a se fortalecer para optar por aquilo que ela acredita ser o que quer e o melhor para si. A psicoterapia não busca levar a pessoa a optar por aquilo que até então foi imposto para ela.

Algumas pessoas estão tão frágeis na sua autonomia e livre arbítrio que buscam um julgamento no terapeuta, ou então que ele indique qual caminho seguir. No entanto, não cabe ao terapeuta convencer a pessoa sobre o que ela deve fazer, muito menos julgá-la. A responsabilidade do terapeuta, junto ao cliente, é descobrir todas as opções que a pessoa tem e deixar que ela faça sua escolha. Ou então apresentar ao paciente suas próprias falas e comportamentos para que ele mesmo perceba possíveis incoerências e assuma uma nova postura. Na história de Jesus com o jovem advogado rico, em Marcos 10.17-22, é o jovem quem procura Jesus. É ele quem apresenta uma questão. E Cristo aponta-lhe o caminho, mas deixa que ele faça a escolha. O aspecto mais bonito deste exemplo de relação de ajuda é que, quando o jovem demonstra que a escolha será diferente, Jesus Cristo não o recrimina, mas o deixa ir e o ama com o olhar.

A melhor vantagem que um profissional tem nesta situação é que o cliente em geral vai lhe contar a verdade sobre o que foi escolhido e se está dando conta ou não da escolha feita. Normalmente, quando se impõe uma escolha à pessoa que buscou ajuda, esta tende a ocultar a verdade, caso não consiga seguir na direção imposta.

Como profissionais da psicologia, existe o compromisso com o sigilo. E mesmo quando o profissional é visto como culpado – o que é comum em algumas situações – ele deve se calar mesmo sabendo que a verdade é outra. O paciente, se quiser, pode assumir e dizer a verdade. E alguns assumem. Outros, porém, temerosos das diversas punições e rejeições possíveis, transferem para o psicólogo uma responsabilidade que nunca foi do profissional.

O resultado é que a pessoa não deixa a Igreja por causa da terapia, mas busca a terapia porque já queria deixar o convívio na comunidade religiosa e precisava se fortalecer na decisão já tomada. Ou no mínimo precisava de alguma sustentação.

"...Bem aventurado é o homem que não se condena naquilo que aprova." (Romanos 14.22)


Esther Carrenho é psicóloga e autora do livro Ressurreição Interior (Editora Vida)



QUEM É A ESTHER CARRENHO? (segundo a revista Cristianismo hoje)

Esther Carrenho, casada, avó, teóloga, psicóloga clínica atendendo adultos em psicoterapia de grupo e individual, facilitadora de Grupos de Encontro. Palestrante, ministra cursos de treinamento em aconselhamento, relacionamento interpessoal e orientação familiar.

É autora dos livros: Raiva: seu bem, seu mal, Ressurreição interior: celebrando a alegria de viver e Depressão: tem luz no fim do túnel.


UM ARTIGO PUBLICADO NA REVISTA CRISTIANISMO HOJE:

7/07/2008 - 19:35 por Esther Carrenho

Ser filha... ser mãe!

"O que eu não sabia na época em que engravidei é que, antes de ser mãe, é importante ser filha".

Ainda se encontram bem presentes nas minhas lembranças os sentimentos que tomaram conta de mim quando o médico abriu meu exame de sangue e declarou: “Você está grávida!” As lágrimas teimosamente correram pelo meu rosto ali mesmo! O médico entendeu que era emoção pela alegria. Era sim! Mas junto com a alegria misteriosa de conceber também havia a preocupação de não saber ser mãe. O medo de não dar conta de cuidar de um bebê! Enfim, um misto confuso de melancolia e alegria era constante nos dias que se seguiram.
O que eu não sabia na época é que, antes de ser mãe, é importante ser filha. Não estou me referindo à filiação biológica, mas sim ao de ter sido “amaternada”, afetiva e amorosamente, de forma perceptível na fase de formação para a vida. Algumas mães são apenas pessoas funcionais que providenciam tudo que uma criança dependente precisa, como alimentos, vestuário, educação e saúde. Mas não constroem um vínculo com a criança de forma visceral, dando a ela a segurança da aceitação, proteção e acolhimento amoroso. Chamo estes filhos de órfãos afetivos!
Uma mulher órfã afetiva necessita antes de tudo, adotar a si mesma com um tratamento bondoso e cheio de misericórdia. Em outras palavras, antes de gerar filhos é necessário gestar a si mesma amorosamente, quebrando assim os laços gelados da indiferença recebida, que é capaz de fazer tudo na preservação da vida no corpo, mas não dispensa uma presença amorosa que alimenta a alma.
Nós, seres humanos, temos a capacidade terrível de repetir em nossas próprias vidas os maus comportamentos que nos foram dirigidos no passado. Assim muitas mulheres continuam dispensando a si mesmas uma dureza que fará muito mal quando elas tiverem que lidar com toda a complexidade da maternidade.
A tarefa não é tão fácil quanto parece porque, para ser “grávida de si mesma”, é necessário reconhecer o desamparo da orfandade afetiva. E este desamparo pode vir à tona com sintomas de solidão e a sensação de que a morte está próxima. Fugimos destes sintomas procurando coisas, que mesmo sendo legítimas e essenciais à vida, tem a função de cobrir esta falta afetiva com disfarces que trazem uma falsa segurança, que se quebrará com a responsabilidade que a chegada de um filho requer.
Lembro-me de uma pessoa, que vou chamar de Rose, que buscou ajuda porque acreditava que não tinha nascido para ser mãe, mas já tinha um filho de seis meses. Quando descobri que ela, já aos seis anos, não podia brincar porque tinha que cuidar do irmão
recém-nascido, lhe disse: “Na verdade você nasceu primeiro para ser filha. E, quando você tinha que ser apenas filha, teve que ser “mãe” do seu irmão!” Rose estava entristecida e cansada; no entanto, seus exames clínicos não apresentavam nada fora do normal. Não foi difícil para Rose perceber que se sentia mesmo como uma criança que precisava de uma terceira pessoa na tarefa de dar conta do bebê que chegara. Enfim, nesta situação, ela precisava de alguém que pudesse “amaterná-la”, para que ela “amaternasse” seu filhinho.
Quem não percebeu esta necessidade antes, de tal forma que tenha aprendido a suprir as próprias necessidades, poderá precisar de atenção e ajuda triplicada, tanto do marido como dos amigos e parentes que estão próximos, para que a mãe possa se recuperar emocionalmente e se fortalecer, inclusive fisicamente, para continuar as responsabilidades da criação de filhos.
A notícia animadora vem de João, o discípulo do amor, que em sua primeira carta aos cristãos, deixa bem claro que Deus é a fonte do amor. Eu tive uma mãe que não conseguiu ser afetiva comigo o suficiente para que eu estivesse pronta para a maternidade na vida adulta. Fiquei desesperada quando me dei conta do vazio que isto deixa na vida. Mas um dia, enquanto lia as Escrituras Sagradas, descobri esta verdade. E se Deus é a origem do amor, as pessoas com as quais temos vínculos são apenas meios por onde este amor pode ou não chegar até nós. Daquele dia em diante tirei o foco da inabilidade da minha mãe e voltei os olhos para as pessoas que podiam e queriam me amar!
A falta do passado pode ser uma realidade na vida que não tem como ser mudada. Mas a vida presente pode ser reescrita de forma amorosa com o cuidado recebido de pessoas que escolheram nos amar.
É possível cuidar maternalmente de si mesma na vida adulta. E também adotar e aceitar o amor maternal de outras mulheres que estão disponíveis e são capazes disto. E assim haverá recursos para dar aos filhos o amor que não se recebeu enquanto criança.




Um comentário:

Esther disse...

Nossa Carol, não mereço tudo isto não!!!
Fiquei boquiaberta! E por algum tempo achei que vc estava falando de uma outra pessoa!
Obrigada, viu? Seu depoimento me estimula a usar cada vez mais o potencial que o Pai me deu.
Abração e que sua vida seja uma luz para aqueles que vivem nos túneis escuros da vida!
Abração e carinho.