sexta-feira, 10 de outubro de 2008

A MULHER E A SOLIDÃO




A SOLIDÃO




Anos distantes, em um dia, na minha infância...eu tinha 10 anos. Fomos com a minha classe da escola passear no zoológico. Que alegria! Minha mãe preparou minha lancheira com meu lanche preferido. Coloquei meu uniforme, arrumei meus cabelos e lá fui com minha mãe para a escola. Quando cheguei na escola, fomos todos para a nossa classe esperar o ônibus chegar. Eu estava muito ansiosa. O ônibus chegou!!! Formamos uma fila e quando me vi, estava no último lugar, pois precisei ir ao banheiro antes da partida. Entramos no ônibus e cada duas pessoas iam sentando nos assentos. E aí chegou a minha vez e como éramos em números impar...fiquei sózinha. Eu e uma poltrona ao lado vazia. Poltrona não fala e não ouve....então fui quieta em todo o trajeto. Eu era uma sobra. Senti a solidão em pessoa dentro de mim. Deixei umas lágrimas escorrerem no meu rosto e logo limpava para ninguém me ver chorando. O fato de eu estar sózinha no último banco, estragou todo o meu passeio. O sentimento da solidão entrou na minha alma e a dominou..... EU PERGUNTO: Será que nenhum professor está preparado para passear com os alunos e nem perceberem que um aluno pode ficar sózinho no banco e sofre de solidão? Será que a professora esqueceu que seu número de alunos era ímpar e um sobraria? As escolas e faculdades preparam os alunos para darem a aula e ponto final. Preparam professores intelectuais que se preocupam com a mente e o conhecimento. Não há um preparo para cuidar da alma do seus alunos. Os professores olham as lições de casa e corrigem provas, mas nem se preocupam com os sentimentos de seus alunos. Eles não foram preparados para terem inteligência emocional. O QUE EU FARIA? Eu colocaria três alunos num mesmo banco ou até convidaria o aluno para se assentar comigo. Iria até ele e explicaria a situação do número impar e daria sugestões para ele escolher o que mais lhe agradesse. Mas não tive essa sorte....fiquei sózinha no meio do nada. Você já deve ter ouvido dizer que o lugar mais solitário do mundo pode ser no meio de uma multidão. Isso realmente é verdade. Você talvez fosse a última garota a ser chamada numa partida de queimada ou ultima a ser escolhida para o jogo de volei. Talvez fosse a menina que foi esquecida de ser convidada para a festa da amiguinha. Ou ficou sózinha no recreio, porque sua amiga a deixou para ficar conversando com a outra colega. Na festa, sobrou, nenhum garoto te chamou para dançar. E quando suas amigas começam a namorar e você não....elas saem no sábado com seu namorado e você coloca o pijama e fica comendo pipoca vendo televisão no pleno sábado. Sentimos só quando nosso namorado de anos termina o namoro. Sentimos solitários, quando só nós tiramos nota baixa de matemática. Sós quando o marido nos abandona por outra mulher e as vezes bem mais jovem. Sente-se só quando os filhos se casam, ou seu marido morreu ou foi o seu filho que faleceu. O que sentiu? Foi o mesmo que senti naquela manhã que fiquei sentada sózinha. Quando somos adolescentes é possível esconder qualquer emoção ruim sentida e duplica-la em intensidade uma cem vezes. Os adolescentes,alguns jovens e mulheres não tratadas na alma, não tem calos emocionais. Pois tudo ligado a auto estima está na superfície da alma e a dor entra e penetra em todo ser. Dói toda a alma. Quantas marcas recebemos em nossa adolescência e não a tratamos e elas continuam lá dentro da nossa alma. A solidão é uma delas, e creio que esta dor deixa marcas na nossa auto estima. Ela tem amigos e eles se chamam, insegurança,rejeição, medo de se relacionar, timidez e ela pode provocar uma fobia social. Todas nós passamos por momentos em que nos sentimos abandonadas e solitárias. Deixadas para trás. Esquecidas. Isoladas. É a solidão. No salmo 22:1; Davi escreveu o que muitas de nós já sentimos: "Meu Deus, meu Deus, porque me deixaste assim tão sózinho? Porque eu vivo pedindo socorro, gritando pela sua ajuda e tu não me respondes?"
Davi também sentiu solidão, ele lutou e aprendeu algo para esta ocasião. Outro personagem bíblico também sentiu solidão, foi Elias. Depois de enfrentar Jesabel, uma mulher cruel e uma conspiração contra si, ele fugiu para o deserto. Ficou 40 dias em solidão total, sentindo-se rejeitado, em depressão e abandonado por todos. Um dia entrou numa caverna e Deus conversou com ele e deu muito amor, compreenção dos seus sentimentos e muito carinho. Elias ficou comovido com toda aquela demonstração de amor de Deus pela sua vida que saiu da caverna e ouviu Deus falar. Deus disse que ele não estava só. Mas algo acontece dentro de nós, no meio da solidão. Ficamos mais perto de Deus. Olhamos para dentro de nós e nos conhecemos melhor. Vamos aproveitar os momentos de solidão para conhecer o nosso interior melhor, ouvir o que o nosso corpo fala, sentir os verdadeiros sentimentos da alma e conhecer Deus na intimidade. Poderemos sair da solidão mais maduras, pessoas melhores, mais bondosas e amáveis. Sair prontas para dar o melhor que temos para as pessoas, servir o próximo que está sofrendo de solidão e fazer companhia para ela.

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